30 setembro 2006

Visitei o blog da colega http://marafroener.blogspot.com/. Gostei muito da sua reflexão sobre "ser professor".

28 setembro 2006




Um pouco sobre a minha vida...

Meu nome é Lucele Maria dos Santos Bolzan, tenho 26 anos e sou casada há quatro anos. Moro em Sapiranga e trabalho na Escola Municipal Rubaldo Emílio Saenger, com 2ª série e na Escola Estadual Willy Oscar Konrath (Polivalente), com 3ªsérie http://escola-da-lucele.pbwiki.com/.
Quem me conhece pensa que eu sou uma pessoa bem calma e tranqüila, mas, na verdade, não sou nada calma comigo. Exijo muito de mim, acho que todas as coisas que faço tem que dar certo e que fiquem da melhor maneira possível. Sou uma pessoa extremamente perfeccionista e me sinto muito mal quando algo não sai como eu esperava ou desejava. Ainda almejo em me tornar uma pessoa mais flexível com meus erros e meus limites, para conseguir levar uma vida mais calma.
Por outro lado, sei que essa cobrança pessoal me faz sempre buscar novas maneiras de tornar minha prática cada vez melhor. Estou sempre em busca de novas técnicas para trabalhar os conteúdos, novos livros, novos jogos pedagógicos etc. Quero que meus alunos aprendam com qualidade, mas também prazerosamente.
A decisão de me tornar professora começou na infância. Minhas bonecas eram minhas alunas, até quadro e giz eu tinha pra ensiná-las! Não posso negar que essa idéia teve a influência indireta da minha mãe (talvez não tão indireta assim...) Ela sempre foi o meu maior exemplo; seu sonho era ser professora, mas não pôde realizá-lo. Sempre me dizia que era uma profissão gratificante, que estava incutido a existência de certos valores, pois “criou-se historicamente um rol de atributos que fazem parte do papel do professor” (Silva & Azevedo, 1995, p.155).
Quando concluí o Ensino Fundamental, já não estava tão certa sobre o Magistério, mas não havia muitas opções de Ensino Médio na cidade. Novamente, veio a influência da família. Diziam que era o melhor, pois ao término de quatro anos eu estaria formada e com uma profissão. E assim segui em busca da minha ilha desconhecida!

Durante o curso, naveguei por águas calmas, mas também enfrentei algumas tempestades. Nesse período, eu tive certeza de ter feito a escolha certa. Realizei várias práticas e em todas elas me sentia feliz em estar com as crianças e muito gratificada com suas descobertas.
Naquela época, eu não imaginava que essa profissão também tinha um lado tão difícil! Não imaginava que meu barco deveria ser tão resistente. Ser professor exige muita dedicação, persistência e comprometimento, pois a cada dia o professor é mais cobrado e menos valorizado. Muitas famílias estão ruindo e não servem mais como alicerce para a formação das crianças, pois até mesmo valores primordiais do ser humano e que eram repassados pela família, hoje tornaram-se responsabilidade do professor, o qual acaba sendo um pouco psicólogo, médico, mãe ou pai etc.
Hoje, vejo no Magistério um grande desafio, pois a sociedade nos desafia! Vejo que há uma “necessidade de construir uma nova idéia de professor que pode ser mais ou menos consciente. Pode ser fruto intencional da reflexão criteriosa. Mas pode ser, também, apenas a resposta às pressões da sociedade e ao aparecimento de situações não previstas” (Silva & Azevedo, 1995, p 156).
A cada dia me deparo com a vontade de encontrar uma nova ilha desconhecida, uma nova maneira de tornar minha prática adequada a essa nova sociedade, sem perder a essência da educação de qualidade. Para isso, sei que terei que espantar muitas gaivotas e procurar cotos de velas para iluminar o meu barco.